domingo, 5 de abril de 2015

RESENHA CRÍTICA DO FILME 300

Olá galera, já estava com saudades. Esse ano começamos naquele agito, estamos loucos com tanta atps para entregar. Mas, resolvi tirar um tempinho para escrever aqui. No fim do ano ano passado uma integrante nos deixou e foi realizar o seu sonho de fazer psicologia. Ao mesmo tempo que outro integrante entrava em nosso grupo, e pra ficar, Will Pereira. Que veremos na foto abaixo.

E as surpresas não acabam por aí. Ainda esse ano resolvemos deixar o grupo ainda maior, com a entrada de Vanessa Floreano. Ficando então em 7 "personitas". Que também veremos na imagem abaixo.

Ludmila Fiori, Elisângela Trevisan, Valéria Ballico, Patricia De Souza, Vanessa Floreano, Letícia Morais e Will Pereira.


Enfim, mas não estamos aqui para falar do Titanic, apelido carinhoso que a Val deu para o grupo. O que vou postar a seguir é uma resenha Crítica do filme 300, que faz parte da nossa atps da História da Educação. A pedido da Professora Luciana Domingues.



FACULDADE ANHANGUERA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS









ATPS RESENHA CRÍTICA DO FILME 300
















ELISÂNGELA TREVISAN RA: 8874414505
LETICIA RODRIGUES DE MORAES RA: 8819358399
LUDMILA FIORI RA: 8824377821
PATRICIA DE SOUZA BARBOZA DOS SANTOS RA: 9093497065
VALÉRIA GONÇALVES DE OLIVEIRA RA: 8821359144
VANESSA DE LOURDES FLOREANO RA: 8870421017
WILLIAM RIBEIRO PEREIRA RA: 9298552188




2015



ATPS RESENHA CRÍTICA DO FILME 300




Dissertação sobre o filme 300, através de uma resenha crítica voltada ao curso de Pedagogia da faculdade Anhanguera de São José dos Campos, como atividade avaliativa na disciplina da História da Educação e da Pedagogia, sob a orientação da Professora Luciana Domingues

1.      resenha crítica do filme 300
Bom, hoje falaremos de um filme que provavelmente muitas pessoas já assistiram ou ouviram falar. O longa, foi dirigido por Zack Snyder  no ano de 2013.
300 é um filme da indústria cinematográfica norte americano, baseado na história homônima de Frank Miller sobre a Batalha das Termópilas e retrata a educação espartana, que era voltada exclusivamente para a educação de soldados. Aos sete anos como de costume, as crianças eram tiradas de suas mães para receber educação, e aos doze anos treinamento militares.

Figura 1 - Criança levada para receber educação


As crianças que nasciam com deformidades físicas eram consideradas inadequadas para as atividades militares e, portanto eram descartadas após o seu nascimento.
O personagem mostrado abaixo não foi morto pelas autoridades, devido a sua mãe escondê-lo para que não o matassem.

Figura 2 - Personagem Efialtes que possuia deformidades

Em 480 a.C Leônidas, o rei de Esparta comanda seu pequeno batalhão de trezentos soldados contra o exército persa comandado pelo rei Xerxes que se auto denominava um deus.
Esta batalha durou sete dias, sendo três dias de confronto direto, os espartanos mantinham vantagem até que Efialtes (figura 2), um espartano criado fora de sua cidade, e teve seu ingresso negado no exército pelo rei Leônidas devido a suas deformidades físicas.Após esta rejeição se voltou para o Rei persa para se vingar entregando as estratégias de batalha dos espartanos. Esta traição causou a derrota do rei Leônidas e seus guerreiros.
Quanto ao roteiro podemos dizer que foi bem fundamentado, pois os produtores foram fiéis à história. Já o cenário cinematográfico deixou a desejar, os efeitos especiais exagerados deram ao longa um ar artificial, por exemplo, o uso excessivo de croma key, uma técnica de efeito visual que consiste em colocar uma imagem sobre uma outra através do anulamento de uma cor padrão, como por exemplo o verde ou o azul. Destacamos também a presença constante do sangue “digital” que causa desconforto ao telespectador.



Figura 3 - Sangue utilizado de forma muito artificial


No geral, a história é enriquecedora e repleta de patriotismo e lealdade à seus reis, bem como, discriminatória.

1.      ficha técnica do filme 300
A ficha técnica consiste em identificar os itens apresentados abaixo:
·         Título original: 300;
·         País de origem: EUA;
·         Classificação etária: 16 anos;
·         Tempo de duração: 117 minutos;
·         Ano de Lançamento: 2007;
·         Ano de Lançamento: 2007;
·         Estréia no Brasil: 30/03/2007;
·         Site oficial: http://300themovie.warnerbros.com
·         Estúdio / Distrib.: Warner Bros;
·         Direção: Zack Snyder.

Figura 4 - Diretor Zack Snyder



Bom, lembrando que eu adequei a ATPS para os formatos do blog e alterei algumas imagens. Pois foi feita conforme as normas ABNT. Por enquanto é só pessoal. Até a próxima para falarmos sobre o teatro que iremos fazer. Beijos do Corujofia.



quarta-feira, 19 de novembro de 2014

TEXTO FILOSÓFICO SOBRE OS PENSADORES (FILÓSOFOS)

Protesto 06/13 em SP 

Ao decorrer dos anos vários pensadores foram criticados e revolucionários em suas épocas pois o que era tabu, hoje é realidade.A desigualdade afeta toda parte sendo ela em casa, rua ,escola.Rico, pobre negro, branco, pardo, religião.
Algumas coisas melhoraram um pouco como Ongs, entidades, projetos governamentais mas infelizmente ainda existe muita desigualdade nas áreas públicas sendo ela a distribuição de verbas, sem falar dos impostos e os salários baixos e o alto custo de vida pois a cada dia que passa, os valores, alimentação, vestis, necessidades básicas.Os direitos existem? sim, existem!Mas nem todos são explícitos ou colocado em prática.
Podemos concluir que cabe a cada cidadão fazer o possível para mudar a realidade a sua volta, contribuindo com o bem, voto consciente, conceitos, objetivos e informação.Conhecimento e força de vontade pois se cada um fazer a sua parte, logo mudará essa realidade.

Protesto do dia 19/06/2013 em Itaobim MG.

Na postagem a seguir vamos falar um pouco sobre o filósofo e sociólogo Francês Pierre Bourdieu.Uma troca de personagens importantes da filosofia entre o nosso grupo Corujofia e outro grupo da sala.



A História de Pierre Bordieu

Pierre Félix Bourdieu (DenguinFrança1 de agosto de 1930 — ParisFrança23 de janeiro de 2002) foi um sociólogo francês.
De origem campesina, filósofo de formação, foi docente na École de Sociologie du Collège de France. Desenvolveu, ao longo de sua vida, diversos trabalhos abordando a questão da dominação e é um dos autores mais lidos, em todo o mundo, nos campos daantropologia e sociologia, cuja contribuição alcança as mais variadas áreas do conhecimento humano, discutindo em sua obra temas como educaçãoculturaliteraturaartemídialingüística e política. Também escreveu muito sobre a Sociologia da Sociologia. A sociedade cabila, na Argélia, foi o palco de suas primeiras pesquisas. Seu primeiro livro, Sociologia da Argélia (1958), discute a organização social da sociedade cabila, e em particular, como o sistema colonial interferiu na sociedade cabila, em suas estruturas e desculturação. Dirigiu, por muitos anos, a revista "Actes de la recherche en sciences sociales" e presidiu o CISIA (Comitê Internacional de Apoio aos Intelectuais Argelinos), sempre se posicionado claramente contra o liberalismo e a globalização.
O mundo social, para Bourdieu, deve ser compreendido à luz de três conceitos fundamentais: campohabitus e capital.


Em 1960 torna-se assistente de Raymond Aron, na Faculdade de Letras de Paris e principia seus estudos acerca do celibato na região de Béarn. Ainda em 1960 integrou-se ao Centro de Sociologia Europeia, do qual tornou-se secretário geral em 1962.
Desenvolveu ao longo das décadas de 1960 a 1980 farta obra, contribuindo significativamente para a formação do pensamento sociológico do século XX. Na década de 1970estendeu sua atividade docente a destacadas instituições estrangeiras, como as universidades de Harvard e Chicago e o Instituto Max Planck de Berlim. Em 1982 ministrou sua aula inaugural (Lições de Aula) no Collège de France (instituição que três anos mais tarde se associou ao Centro de Sociologia Europeia), propondo uma "Sociologia da Sociologia", constituída de um olhar crítico sobre a formação do sociólogo como censor e detentor de um discurso de verdade sobre o mundo social. Neste sentindo, esta aula inaugural encontra-se com a ministrada por Barthes (A aula) e Foucault (A Ordem do Discurso), privilegiando a discussão acerca do saber acadêmico. É consagrado Doutor 'honoris causa' das universidades Livre de Berlim (1989), Johann-Wolfgang-Goethe de Frankfurt (1996) e Atenas (1996). Morreu em Paris, em 23 de janeiro de 2002, depois de finalizar um curso acerca de sua própria produção acadêmica, que servirá de fundamento ao seu último livro, Esboço para uma autoanálise.


Construtivismo estruturalista ou estruturalismo construtivista
Bourdieu, permitindo ter seu pensamento rotulado, adota como nomenclatura o construtivismo estruturalista ou estruturalismo construtivista.
Esta postura consiste em admitir que existe no mundo social estruturas objetivas que podem dirigir, ou melhor, coagir a ação e a representação dos indivíduos, dos chamados agentes. No entanto, tais estruturas são construídas socialmente assim como os esquemas de ação e pensamento, chamados por Bourdieu de habitus.

© CNRS Photothèque/Nicole TIGET.

A Escola segundo BOURDIEU e PASSERON

A obra analisa e critica o modo de ver e pensar da escola francesa, e também define a mesma como “o espaço da reprodução social e um eficiente dominio de legitimação das desigualdades” (BUSETTO, 2006, p.113) , ou seja, a escola é vista pelos autores como um local, uma instituição que reproduz a sociedade e seus valores e que efetiva e legaliza as desigualdades em todos os aspectos pois é na escola que o legado econômico da família transforma-se em capital cultural.

Nos primeiros capítulos, Bourdieu e Passeron defendem a idéia de que a escola não é neutra, não é justa, não promove a igualdade de oportunidades, e também não transmite da mesma forma determinados conhecimentos, pois é a cultura da classe dominante. A escola, ao tratar de maneira igual tanto em direitos quanto em deveres aqueles que são diferentes socialmente, acaba privilegiando os que por sua herança cultural já são privilegiados.

O terceiro capítulo da obra, chamado “eliminação e seleção”, descreve de forma crítica e analítica o exame na estrutura de ensino, sobretudo francês.



É a partir deste pensamento que os autores começam a caracterizar o exame como um intrumento de seleção, classificação, e tambem a mostrar seu peso e valor no ambiente escolar

Segundo bourdieu e passeron, o exame impõe uma definição social do conhecimento e da maneira de manifestá-lo, ou seja, padroniza respostas e reações relacionadas a determinados conteúdos e limita de certa forma, o conhecimento e as capacidades adquiridas e desenvolvidas ao longo dos anos.

A escola utiliza o exame para selecionar os indivíduos tecnicamente mais competentes e os classifica desde os primeiros anos de vida escolar, colocando-os sob o status de nobreza escolar.
Já aqueles originários de classes populares, muitas vezes sao eliminados do sistema antes mesmo de serem examinados e avaliados, o que mostra o quanto as desigualdades sao fortes e influentes no ingresso e êxito escolar do indivíduo.
Por isso, o conceito de reprodução, na obra destes autores, é igualmente decisivo, pois permite compreender porque os indivíduos, envoltos de discursos e ideologias dominantes, acreditam que as chances existam para todos quando, de fato, as estruturas existentes e as práticas sociais que permeiam a estrutura social, ao contrário, apenas reproduzem a situação atual da sociedade, e o exame é um instrumento claro de perpetuação da contraposição entre igualdades e desigualdades no âmbito social.”

Neste ponto, os autores utilizam os termos probabilidade de passagem e probabilidade de êxito para ressaltar o quanto as diferenças culturais podem intervir na vida e no sucesso escolar de determinada pessoa. Aqueles que vieram ou passaram por uma estrutura social pobre em condições básicas de sobrevivência e informação de qualidade, tem chances menores de obter êxito escolar e ingressar no ensino superior.
Os que conseguem, tendem a começar a reproduzir tudo aquilo que aprenderam no sistema social em que estavam inseridos e acabam, muitas vezes, recebendo o diploma sem ter desenvolvido as competências básicas exigidas pelo sistema escolar.
O exame nao pode ser reduzido a apenas um serviço ou uma prática escolar , pois ele determina a vida do sujeito em todos os aspectos, e sua supervalorização é resultado do sistema de oportunidades em que a sociedade contemporânea está baseada, uma falsa estrutura de igualdade social regida pela hierarquia dos êxitos escolares.
O sistema de oportunidades é explicado pelos autores conforme trecho:
“Eis porque a estrutura das oportunidades objetivas da ascensão pela Escola, condiciona as disposições relativamente à Escola e à ascensão pela Escola, disposições que contribuem por sua vez de uma maneira determinante para definir as oportunidades de ter acesso à Escola, de aderir às suas normas e de nela ter êxito, e, por conseguinte as oportunidades de ascensão social”. (BOURDIEU E PASSERON, 1970 p. 190)
No trecho acima, os autores caracterizam a Escola e sua estrutura como uma oportunidade de ascensão social, ou um meio, um caminho para isso, e esse pensamento é decorrente da democratização do ensino e da elevação de diplomados com o tempo, que leva a escola a substituir progressivamente as desigualdades de acesso ao ensino pelas desigualdades de currículos para manter sua função social de reprodutora social.
Com isso, pode-se notar que as escolhas de cursos e instituições de ensino passam a ser fortemente hierarquizadas e repletas de valores atribuídos socialmente graças ao capital e poder simbólico das instituições, agentes escolares e seus usuários.
Neste cenário, o que é valorizado não se restringe a apenas o quanto o indivíduo sabe ou estudou sobre determinado assunto, mas também onde e qual curso prestigiado pela sociedade cursou, efetivando mais uma vez as desigualdades, agora, de currículos.
Desta forma, a partir deste capítulo e da obra como um todo, Bourdieu e Passeron foram capazes, de demonstrar que as características sociais, culturais e políticas do sistema educacional francês, de fato, reproduziram as hierarquias existentes e as formas de dominação social, assim revelando o esvaziamento real das noções de igualdade propagadas por um sistema que seria democrático, e que a todos ofereceria tais oportunidades.
Por isso, o conceito de reprodução, na obra destes autores, é igualmente decisivo, pois permite compreender porque os indivíduos, envoltos de discursos e ideologias dominantes, acreditam que as chances existam para todos quando, de fato, as estruturas existentes e as práticas sociais que permeiam a estrutura social, ao contrário, apenas reproduzem a situação atual da sociedade, e o exame é um instrumento claro de perpetuação da contraposição entre igualdades e desigaldades no âmbito social.”



Referências
1.    Ir para cima Ana Paula Hey e Afrânio Mendes Catani,Bourdieu e a educação, Site da Revista Cult, 31/04/2014
2.    Ir para cima NOGUEIRA, Maria Alice & NOGUEIRA, Claúdio M. Martins. Bourdieu & a Educação, p.49 a 60, Autêntica Editora, 2014
3.    Ir para cima BOURDIEU, P. A Escola conservadora: as desigualdades frente à escola e à cultura. In: Escritos de educação. Organizadores Maria Alice Nogueira e Afrânio Catani. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007, p. 41-64.

domingo, 16 de novembro de 2014

A HISTÓRIA DE EMÍLIA FERREIRO



Emilia Beatriz María Ferreiro Schavi (Argentina1936) é uma psicóloga e pedagogista argentina, radicada no Méxicodoutora pela Universidade de Genebra, sob a orientação de Jean Piaget.
Em 1970 depois de se formar em psicologia pela Universidade de Buenos Aires, estuda na Universidade de Genebra, onde trabalha como pesquisadora-assistente de Jean Piaget e obtém o seu PhD sob a orientação do psicopedagogo suiço. Retorna a Buenos Aires, em 1971. Forma um grupo de pesquisa sobre alfabetização e publica sua tese de doutorado - Les relations temporelles dans le langage de l'enfant. No ano seguinte, recebe uma bolsa da Fundação Guggenheim (EUA). Em 1974 afasta-se de suas funções docentes na Universidade de Buenos Aires.
Em 1977, após o golpe de Estado na Argentina passa a viver em exílio na Suíça, lecionando na Universidade de Genebra. Inicia com Margarita Gómez Palacio uma pesquisa em Monterrey (México) com crianças que apresentam dificuldade de aprendizagem. Em 1979 passa a residir no México com o marido, o físico e epistemólogo Rolando García, com quem teve dois filhos.
Atualmente é Professora Titular do Centro de Investigação e Estudos Avançados do Instituto Politécnico Nacional, na Cidade do México.Emilia Ferreiro se tornou uma espécie de referência para o ensino brasileiro e seu nome passou a ser ligado ao construtivismo, campo de estudo inaugurado pelas descobertas a que chegou o biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) na investigação dos processos de aquisição e elaboração de conhecimento pela criança - ou seja, de que modo ela aprende. As pesquisas de Emilia Ferreiro, que estudou e trabalhou com Piaget, concentram o foco nos mecanismos cognitivos relacionados à leitura e à escrita. De maneira equivocada, muitos consideram o construtivismo um método.


Tanto as descobertas de Piaget como as de Emilia levam à conclusão de que as crianças têm um papel ativo no aprendizado. Elas constroem o próprio conhecimento - daí a palavra construtivismo. A principal implicação dessa conclusão para a prática escolar é transferir o foco da escola - e da alfabetização em particular - do conteúdo ensinado para o sujeito que aprende, ou seja, o aluno. "Até então, os educadores só se preocupavam com a aprendizagem quando a criança parecia não aprender", diz Telma Weisz. "Emilia Ferreiro inverteu essa ótica com resultados surpreendentes.

Compreensão do conteúdo

Com base nesses pressupostos, Emilia Ferreiro critica a alfabetização tradicional, porque julga a prontidão das crianças para o aprendizado da leitura e da escrita por meio de avaliações de percepção (capacidade de discriminar sons e sinais, por exemplo) e de motricidade (coordenação, orientação espacial etc.).



LER NÃO É DECIFRAR, ESCREVER NÃO É COPIAR
Muito antes de iniciar o processo formal de aprendizagem da leitura/escrita, 
as crianças constroem hipóteses sobre este objeto de conhecimento. 
Segundo Emília Ferreiro e Ana Teberowsky (pedagoga de Barcelona), 
pesquisadoras reconhecidas internacionalmente por seus trabalhos sobre 
alfabetização, a grande maioria das crianças, na faixa dos seis anos, faz 
corretamente a distinção entre texto e desenho, sabendo que o que se pode ler é 
aquilo que contém letras, embora algumas ainda persistam na hipótese de que tanto 
se pode ler as letras quanto os desenhos. É bastante significativo que estas 
crianças pertençam às classes sociais mais pobres que por isso acabam tendo um menor contato com material escrito.


O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA ESCRITA
Na fase 1 - início dessa construção, as tentativas das crianças dão-se no sentido da 
reprodução dos traços básicos da escrita com que elas se deparam no cotidiano. O 
que vale é a intenção, pois, embora o traçado seja semelhante, cada um "lê" em 
seus rabiscos aquilo que quis escrever. Desta maneira, cada um só pode interpretar 
a sua própria escrita, e não a dos outros. Nesta fase, a criança elabora a hipótese de que a escrita dos nomes é proporcional ao tamanho do objeto ou ser a que está se referindo. 


Na fase 2 - a hipótese central é de que para ler coisas diferentes é preciso usar 
formas diferentes. A criança procura combinar de várias maneiras as poucas formas 
de letras que é capaz de reproduzir. 
Nesta fase, ao tentar escrever, a criança respeita duas exigências básicas: a 
quantidade de letras (nunca inferior a três) e a variedade entre elas, (não podem ser 
repetidas).


Na fase 3 - são feitas tentativas de dar um valor sonoro a cada uma das letras que 
compõem a palavra. Surge a chamada hipótese silábica, isto é, cada grafia traçada 
corresponde a uma sílaba pronunciada, podendo ser usadas letras ou outro tipo de 
grafia. Há, neste momento, um conflito entre a hipótese silábica e a quantidade 
mínima de letras exigida para que a escrita possa ser lida. 


Na fase 4 - ocorre então a transição da hipótese silábica para a alfabética. O conflito 
que se estabeleceu - entre uma exigência interna da própria criança (o número 
mínimo de grafias ) e a realidade das formas que o meio lhe oferece, faz com que 
ela procure soluções.Ela, então, começa a perceber que escrever é representar 
progressivamente as partes sonoras das palavras, ainda que não o faça 
corretamente. 


Na fase 5 - finalmente, é atingido o estágio da escrita alfabética, pela compreensão 
de que a cada um dos caracteres da escrita correspondem valores menores que a 
sílaba, e que uma palavra, se tiver duas sílabas, exigindo, portanto, dois movimentos 
para ser pronunciada, necessitarão mais do que duas letras para ser escrita e a 
existência de uma regra produtiva que lhes permite, a partir desses elementos 
simples, formarem a representação de inúmeras sílabas, mesmo aquelas sobre as 
quais não se tenham exercitado.





"CONSTRUTIVISMO NÃO É MÉTODO".
-EMÍLIA FERREIRO